Não tem jeito. Dia após dia o corpo dá sinais dos efeitos do tempo. E a pele, que é o maior órgão do corpo humano, torna o envelhecimento cada vez mais visível. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, dependendo da genética e do estilo de vida da pessoa, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até a meia-idade.
A pele tem um processo de envelhecimento complexo, que passa por fatores internos ao corpo, como a herança genética e a ação dos hormônios, e os fatores externos, que são ligados ao ambiente (radiação UV, poluição, consumo de álcool, o hábito de fumar e estresse) e podem acelerar ou agravar os efeitos do envelhecimento interno. Além disso, engordar ou aumentar os níveis de açúcar no sangue fazem a pele envelhecer antes do tempo.
Simplificadamente, o processo de envelhecimento da pele acontece com a diminuição da regeneração celular e de seus sistemas de defesa. A partir daí, a pele fica mais fina, a síntese de colágeno é reduzida, a pele desidrata e surgem as rugas. Com a ação de fatores externos, podem aparecer também os radicais livres, que são moléculas muito reativas que desestabilizam as membranas celulares, fragmentam e agregam proteínas e podem também alterar o DNA das células. Essa alteração genética também é responsável por outro aspecto da pele envelhecida, que é a perda de elasticidade.
A medicina mostra que as pessoas envelhecem metabólica e bioquimicamente. Por conta disso, nos tratamentos que buscam retardar os efeitos do envelhecimento cutâneo faz-se necessário interceder não só nas células em si, mas nas reações bioquímicas e, também, nos fatores enzimáticos dos tecidos. Para ter essa resposta, só produtos tópicos não surtem o efeito desejado.
“Os cremes melhoram o aspecto e atenuam os sinais do envelhecimento cutâneo, mas não conseguem reverter seus sinais de envelhecimento. Deve-se combinar o tratamento tópico e o uso regular e adequado do protetor solar com procedimentos como lasers, luz pulsada, preenchimentos com ácido hialurônico, toxina butulínica, peeling químico, radiofreqüência e outros mais. Vale consultar sempre um dermatologista especializado para fazer o melhor diagnóstico da pele e indicar o melhor conjunto de tratamentos”, explica o Dr. Fernando Sens Fagundes, dermatologista especializado em envelhecimento cutâneo.
A prevenção é um caminho que deve ser adotado por todos os que desejam preservar a pele em seu máximo. A Sociedade Brasileira de Dermatologia indica a proteção da pele do sol todos os dias, com protetor solar com FPS 30 ou mais, além do uso de óculos, roupas e chapéus apropriados. Beber ao menos 2 litros de água por dia é um hábito que ajuda a hidratar o organismo e eliminar toxinas que aceleram o envelhecimento da pele. A rotina de limpeza da pele duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, para evitar o acúmulo de suor, poluição, maquiagem e outras substâncias ajuda a prevenir rugas. Parar de fumar e de beber também são dicas importantes.